Aos meus 16 anos, como todo jovem, eu procurava razão e sentido para viver. Sentia que o mundo não se resumia ao que eu conhecia, que havia algo mais, e eu queria conhecer esse algo a mais. Sentia que precisava ser útil a esse mundo tão sedento de paz, mas como ser útil ao mundo sem conhecer antes a verdade dele? Nunca desacreditei em Deus. Para mim, ele sempre esteve ali, no céu, pronto a ajudar quando precisássemos. E foi assim que recorri a ele quando meus questionamentos, minhas dúvidas e meus anseios foram se tornando como um vazio, que quanto mais eu tentava preencher, maior ficava. Nesse momento, algo inesperado aconteceu: descobri que Deus não estava só no céu, mas estava no mundo também, estava em mim! Mas como e onde? “Deus, onde está você? Onde está sua verdade? Ela é uma só?’’ Foram as palavras que eu disse a Deus antes que meu celular tocasse. Era uma amiga, que me fez um convite: ”Você gostaria de ir ao Shalom comigo?” Olhei para o céu e disse sim. Ao chegar para a confissão, na fila, eu observava aquelas pessoas tão felizes em sua simplicidade, tão plenas, até que chegou minha vez. Ao sentar, pedi a bênção ao padre. Prontamente, ao olhar em meus olhos, antes que eu pudesse sequer dizer meu nome, ele disparou: “Sabe o que você precisa, minha filha? Sabe qual o caminho que Deus te oferece hoje? Confirmação de fé. Busque confirmar a sua fé.” Saí da confissão tonta, estarrecida por tudo que acabara de acontecer, sem saber o que aquilo significava, mas certa de que eu queria ir mais a fundo. Comecei a frequentar, com minha amiga, as missas e orações da comunidade.
Era janeiro, mês de férias. Não havia tempo mais propício. Até que no início de fevereiro, outro convite mudou tudo. Era o retiro de carnaval da comunidade. Durante três dias eu procurei meu lugar em Deus, o lugar dele em mim, e descobri que Deus, a verdade do mundo e a minha verdade não estavam separados, estavam intimamente ligados. No último dia do retiro, eu caminhava entre as pessoas, vagando em meus pensamentos sobre tudo que havia acontecido no último mês e pensando que quando você busca a Deus, ele não o decepciona. Decidi que faria a crisma, o sacramento de confirmação da fé. Então, meus pensamentos foram interrompidos por uma moça que andava para lá e para cá, com alguns papéis. Mal sabia eu que entre eles estava o meu passaporte para alcançar o que eu tanto almejava. Ela veio na minha direção e disse que estava inscrevendo quem quisesse entrar na turma de crisma daquele ano. Eu só precisava preencher uma das fichas que ela trazia nas mãos. Tremendo, olhei para o céu e disse sim. Deus nos faz muitos convites, e eu não me arrependo nem por um segundo de ter aceitado os que ele me fez. Hoje, crismada, e já há dois anos na Comunidade Shalom, tendo encontrado um lugar, o sentido e a Deus, que mesmo que eu não percebesse era o alvo da minha busca, eu só tenho a agradecer. NA FÉ, EU ENCONTREI A VERDADE, ENCONTREI MEU LAR!
Catarina Vieira... .