O fim de semana foi marcado por temperaturas baixas no Sul, porém, na maior parte das áreas produtoras, a mínima ficou acima dos 5°C. Somente em General Carneiro (PR), fez 2°C no último sábado, dia 19. O responsável por esse frio fora de época é o fenômeno La Niña, que, depois de muita polêmica, já está em curso.
A anomalia chegou a ser de 0,8 grau negativo em parte do oceano Pacífico Equatorial, o que já caracteriza o fenômeno. “Na prática, nada muda e continuamos com a mesma previsão climática de diminuição das chuvas no Sul e aumento no Centro-Norte do Brasil, a exemplo do que já estamos vivendo”, explica Desirée Brandt, da Somar Meteorologia.
Para esta terça, dia 22, apesar da previsão de mínimas entre 6°C e 9°C na Campanha Gaúcha e nas Serras Gaúcha e Catarinense, o que chamará a atenção será o calor da tarde. A máxima passa dos 35°C no noroeste do Paraná, oeste de São Paulo e Mato Grosso do Sul, áreas em que a umidade do solo já está mais baixa. Somente nos primeiros dias de dezembro, a temperatura voltara a cair.
Na última semana aconteceu a primeira grande chuva desde o início do período das águas sobre o centro e Norte do Brasil. O acumulado superou 75 milímetros em Minas Gerais, Espírito Santo, sul, centro e oeste da Bahia, sul do Maranhão, norte de Tocantins, leste e norte de São Paulo, leste de Mato Grosso e do Pará e em Rondônia.
Com isso, a umidade do solo deu um salto e passou dos 90% em Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro e sul da Bahia. Também observamos valores acima dos 60% no oeste da Bahia, centro e sul de Tocantins, Goiás, Mato Grosso, Rondônia e na região Sul do Brasil.
Desde o início de novembro, entre os municípios produtores, Sinop (MT) foi o que recebeu mais chuva, com 370 milímetros ou 40% mais que o normal para todo o mês.
Por outro lado, o tempo permaneceu seco no leste e norte do Nordeste e entre o noroeste do Paraná, oeste de São Paulo e sul de Mato Grosso do Sul. Neste último estado, a umidade do solo diminuiu em relação à semana anterior.
O tempo vai continuar mais seco no Nordeste, por causa do avanço de um vórtice ciclônico de altos níveis. Esse fenômeno diminui a chuva sobre a região e aumenta a precipitação sobre o Sudeste e, especialmente, Centro-Oeste.
Nessa região, o acumulado oscila entre 80 e pouco mais de 150 milímetros sobre o centro e sudeste de Mato Grosso e sudoeste de Goiás, somente nos próximos três dias, de acordo com a simulação feita pelo INMET, Instituto Nacional de Meteorologia.
A previsão indica que a chuva forte só retorna ao centro e Sul do Brasil nos últimos 5 dias de novembro. Em São Paulo e Mato Grosso do Sul, a chuva também ganha intensidade, mas o acumulado previsto não será significativo na maior parte das áreas produtoras.
Pryscilla Paiva, editora de Tempo do Canal Rural.
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